21 maio 2012

Vez ou outra, fuja!

Um fim de semana respirando, no silêncio, combinando frio com lareira, vinho e a companhia certa. 
Raras foram as vezes que eu senti que tudo já bastava bem ali. Acho que isso é paz.







Monte Verde - Hotel Fazenda Floresta Negra. 
 

06 maio 2012

Vento vem e leva embora

Existe o lado "A". Existe o lado "B".
O "A" acorda cedo, corre, lê jornal, toma suco de mamão com couve, se arruma, vai ao trabalho, vê novela e dorme cansado.
O lado "B" vai ao cinema, é só, ouve Bethânia, tem preguiça, planeja a próxima viagem, sonha e sente saudades.
Conversa de "B" para "A":
"Desencana meu amor, tudo seu é muita dor, VIVE! Deixa o tempo resolver, o que tem que acontecer, LIVRE!"
O "A" é preto e branco, dinheiro, silêncio, manhã de inverno, segurança e calmaria. O "B", enxurrada de cores,  barulho, desapego, noite de verão, mar em dia de tempestade, sempre a beira do abismo.
A eterna busca é pela combinação ideal entre "A" e "B". Para sobrepor um ao outro, carece olhos muito bem fechados. Os meus já estão arregalados.



"Quem teme a escuridão, nem carece ver o brilho passeando no arco da amplidão. Ê calmaria, vento vem e leva embora." 

25 setembro 2011

But would you have it any other way?




Lay me down.
Let the only sound.
Be the overflow.
Pockets full of stones.

24 setembro 2011

Tênis vermelho, pode?


Começo a escrever sem saber o que quero falar. Nesse ponto tudo já mudou. Se faz seis meses, um ano ou três semanas, não sei. Volto aqui como quem volta para um restaurante que traz boas lembranças. Como se eu deslumbrasse, sem rumo certo, um sentimento bom, como se eu quisesse puxar e  reviver a Maíra que um dia divagava por aqui, aquela que morava em lugar nenhum, que tinha todas as amarras desamarradas e portas escancaradas.

Não, a gente não se prende porque quer, a gente simplesmente se deixa ficar. Mil vezes eu cortei as raízes que, por descuido, tentavam se fincar, mil vezes cortei relações que queriam se esparramar, mil vezes eu me transformei em outra só para poder saltar, e saltar e nunca pensar em parar. Pensar em parar já é um sentimento que me incomoda muito, imaginar o mundo que acontece e não volta, enquanto eu estou aqui, construindo raízes, chega a me sufocar de verdade.

 A gente chega num ponto da vida, que os caminhos começam a não se cruzar mais. Fazer certas escolhas excluem muitas outras, para sempre. E eu não sei se sempre foi desse jeito, ou se isso está incomodando mais hoje,  mas perder todas as minhas outras possíveis partes chega a me desesperar insanamente.

Como assim, fazer dessa vida uma linha reta e sem graça? Como assim mergulhar em rotinas robóticas nas quais não se tem tempo para pensar, para olhar e observar ? Como assim? Em que ponto a gente se deixa levar? Em que ponto a gente se deixa estar? Em que ponto a gente se deixa gostar?  Eu não sei o ponto, mas o processo é sutil, delicado e silencioso, e as promessas são extremamente promissoras. Tem como fazer tudo isso sem fazer desse jeito?

Tem como não se moldar pelos moldes alheios? Tem como não seguir as "tendências"? Tem como não querer alisar o cabelo? Tem como usar os tênis vermelho? Tem como não querer casar, ter um casal de filhos, uma casa aconchegante e um emprego seguro? Tem como querer tudo isso e ainda sim ser toda você? Tem como não querer tudo isso e ainda sim ser feliz?

Tem como não se perder de você mesma?


03 março 2011

01 março 2011

Tamanho Único.

Faz um ano. Um pouco mais. Faz um ano desde a última vez que eu estive sentada aqui, nesse quarto quente, com essa vista de janelas que se ascendem e se apagam e que eu acompanho atenta enquanto me distraio dos meus afazeres. Há um ano e eu me sentia a pessoa mais segura do mundo dentro desse quarto. Já não me sinto. O mundo é o lugar mais seguro agora. Fora daqui, em qualquer canto que me permita ter lados expostos ao acaso, aos incidentes, acidentes, convergências, esquinas, bordas, meios... Virei uma louca varrida atrás de coencidencias, destino, encontros, desencontros, tudo que me faça deitar na cama mais calma do universo e ter a sensação de que alguma coisa está acontecendo. A pesada sensação de ausência de mim mesma se dissolveu por aí. Virou pó em alguma varanda, em alguma rua estranha, conversa boa, junto com algum amigo novo ou velho. Foi levada pelo mesmo vento que eu me deixei levar. A vida nunca chega se você não chega nela. De fato esse quarto me parece pequeno agora. Pequeno pro tamanho da minha vontade de te encontrar e me desencontrar. Já não tenho a mínima idéia de como se faz para se controlar num caso desses. Não quero remédio nenhum, talvez uma taça de vinho, um dedo de proza e já ta de bom tamanho. 
O novo-velho mundo está me trazendo várias surpresas e eu, que vivia a reclamar canto a fora que nada era bom, nem atrativo, nem merda nenhuma, agora me apaixono a cada vacilo de segundo. E é de verdade (hahaha). Me apaixono por aulas de photoshop, pela China, me apaixono por carne moída com batata que a minha mãe faz e me apaixono por você. E tem uma hora que isso tudo passa, que é pra eu poder respirar, sentar nesse cadeira, nesse quarto e escrever, e sentir e ficar quieta. E depois passa outra vez. E já tá passando. And so peaceful until....

21 fevereiro 2011

Dê Férias!

Bom. A viagem já acabou. O ano novo já começou. Aqui chove e faz calor. E eu só penso em ventilador.
Rimas baratas à parte, o meu ano só começou, de fato, agora! Mas pra quem acha que a vida de "férias" não dá trabalho, ai vai uma prova que dá sim. E muito! Nesse últimos 30 dias eu tive que:

 Mediar o difícil (e sangrento) diálogo entre  presa e  predador.
 Manter a moral e os bons costumes entre as galinhas (não foi nada fácil).
 Evitar desavenças entre primos distantes.
 Não deixar que o rebanho se dê conta do abismo que existe entre nós.
 Cuidar para que o "seu" leite continue fresco.
Enfrentar alguns dilúvios. Viva São Pedro e São Paulo.

Além disso tudo, tive também que assistir inúmeras vezes ao clipe novo do Radiohead - Lotus Flower. E como se não bastasse, fiz o tremendo esforço de comprar o novo CD também. 

Bom. Eu recomendo. Tire férias. Entre de férias. Dê férias. E depois volte. Completamente limpa!

03 novembro 2010

Assisti e gostei

Já disse antes, ando um pouco preguiçosa para atividades muito trabalhosas. As vezes, até ir ao supermercado acaba entrando na lista das "minhas atividades muito trabalhosas", e eu passo a achar interessante e aceitável explorar todas as formas de preparo dos  ovos que me restam na geladeira (elas beiram o infinito). Mas enfim, não quero falar de comida, nem de ovo e nem de omelete, quem sabe de galinhas? Não! Quero falar de cinema, uma das coisas que nunca é influenciada pela minha forte preguiça estranha. As vezes até parece que eu tenho pernas independentes, que caminham sozinhas a salas de cinema e quando me pego "eu", já estou sentada e esperando as luzes se apagarem. Mas ainda não, não é isso também! Na verdade, quero mesmo é indicar dois filmes que assisti nesses últimos dias e me perturbaram seriamente, felizmente : Notre Jour Viendra e Les Amours Imaginaires.
O primeiro é a história de Patrick e Rémy, dois homens sem país, sem ética, sem povo, sem armas. Dois homens que saem rumo a Irlanda, e de suas respectivas liberdades. Eles lutam de maneira alucinante, contra o mundo, sua moral e suas rígidas regras sociais. O filme é pesado, é violento, pois os dois personagens agem fora dos limites que a moral e a ética nos impõe. Eles são cínicos, mesquinhos, violentos, perversos, selvagens, egoístas, malditos, cretinos...mas, ao mesmo tempo, são verdadeiros e sinceros em seus atos, e muitas vezes são quase justos. É um filme "mexedor de idéias", diferente e interessante. 

Notre Jour Viendra - from Romain Gavras on Vimeo.
O outro filme é "Les Amours Imaginaires", um filme do jovem ator e cineasta canadense, Xavier Dolan. Conta a história de Francis e Marie, dois amigos, que se apaixonam pela mesma pessoa. O moço apaixonante é de fato, apaixonate! É misterioso, charmoso e muito belo, o que nesse caso, basta! O drama vai se desenrolando, e se enrolando, eles vão se machucando, se enlouquecendo, se delirando, se sofrendo, se amando, tudo a três, a dois, a um, a nenhum. Gostei muito! Da trilha sonora também.


-Heart breaker!!
-That´s you.

31 outubro 2010

Vida de Brilhante

 É, fazia tempo que eu não postava nada aqui. E também fazia tempo que eu não sentia vontade de fazer isso. Alias, continuo um pouco sem vontade. Talvez seja por falta de assunto respeitável ou por preguiça genuína. Pode até ser pelo fato de eu achar que nada disso aqui importa muito pra mais ninguém, a não ser, eu. Tem também o fato de que eu simplesmente cheguei num ponto nesta viagem no qual as coisas já não são mais tão tão tão "abrilhantadas". Me entende? Faz um tempinho que fez "clique" aqui e o meu "mundo francês" perdeu um tom na escala das luzes cintilantes. E não é porque algo deu errado, ou que eu não esteja gostando do país, das pessoas, das experiências, não, pelo contrário. Ela apenas deixou de ser novidade. Novidades são sempre brilhantes e eufóricas, no entanto, são extremamente sensíveis ao tempo, e depois de quase 10 meses aqui, novidade agora vai ser voltar para a minha família.
Parece que eu perdi a sensação de estar em uma viagem, não é mais um momento especial da minha vida, e sim a minha vida, com algumas rotinas (porque eu preciso pensar que eu tenho controle sobre as coisas), compromissos e tudo mais que vem no pacote. E claro, estou praticando intensamente a luta infinita contra o nocaute, sempre escapando do soco da preguiça, do tédio, da indecisão, do sono, alegria, da tristeza que dá depois da alegria, da fome, da gula, do peso, da barriga, da insonia, da dor, do amor, da ânsia, da carência, da saudade, da maldade, do ciúmes, da amazide e de muitos etcs.
Enfim, e no meio de tudo isso, a curiosidade por coisas novas continua alta, e eu ainda sinto um prazer absurdo em me arriscar nas pequenas descobertas despretenciosas do meu dia-a-dia. Que vão desde comprar comidas completamente estranhas e nojentas no mercado a fazer cursos de navegação à vela para completos iniciantes, ou de fotografia. Mais do que nunca, tenho realizado vontades que me dão felicidade, e que não serão necessariamente importantes para o meu futuro. São apenas coisas que eu gosto, ou penso que vou gostar, ou que eu acho interessante e curioso e só.
No mais, eu voltei pra Marseille, voltei pra terminar o meu ano na Euromed. Voltei porque estava com muita preguiça de continuar a vida de "amanha é mais uma surpresa", voltei porque estava precisando parar e descansar, queria mesmo era um canto meu. Arrumei um canto meu e coloquei todos os meus pinduricalhos dentro, enfeitei as paredes, pendurei meus desenhos, enfim, dei cara de Maíra pra ele sem pensar que daqui alguns meses eu vou ter que desfazer tudo isso. Arrumei um trabalho também, e ele me ocupa todo o tempo que eu não fico na faculdade. Ainda assim, me sobraram as noites, nas quais ir ao cinema e receber poucos amigos franceses, americanos, ingleses, palestinos, brasileiros, chineses e egípcios pra jogar conversa fora e cozinhar, são as minhas maiores aventuras.
 Mas tem uma coisa que não mudou desde o primeiro mês que cheguei aqui. Sempre a mesma história quando eu converso com alguém lá de casa, tipo minha avó, minha mãe ou as amigas, sempre depois do "Oi Maíra, você está bem? já surge a mesma pergunta cretina: "E namorados, já arrumou um Francês?! Irlandês?! Alemão?! Um Suíço?! Eslovaco, então? NÃO, NÃO e NÃO! Eu não encontrei aqui, e nem em outras bandas, aquele amor que agente sente com a barriga, que da felicidade e sossego ao mesmo tempo, que pode confiar pra "navegar".No momento eu levo uma vida que gosto intensamente, faço as coisas que me interessam, descubro coisas que nunca pensei que fossem capazes de me seduzir, e elas me dão prazer, eu decido os meus passos, me mudo, fico parada, me apaixono, tudo do meu jeito, no meu tempo. E é isso. E ponto.

** Eu tinha um vídeo e uma foto para postar junto. Blog ta fazendo birra, não completa os downloads.

Deixe um comentário, um oi, um tudo bem! Ando com saudades!!



15 agosto 2010

Musique Pour Cuisiner


Foram eles que alegraram a minha Lasanha. Kings of Convinience.

Domingo de Chuva em Paris

 Domingo chuvoso. Frio. Quase desesperador. Logo penso que devo ocupar minhas mãos com alguma coisa qualquer pra não entrar logo em "parafuso". É então que Mônica, a amiga com quem tenho dividido apartamento me diz, "olha Maíra, to saindo e só volto a noite. Tem uns legumes e queijos na geladeira que precisam ser usado ainda hoje, se não, vão estragar e eu vou ter que jogar fora". Primeiro pensamento que me vem na cabeça- Domingo-chuvoso-frio-desesperador e SOZINHA? Socorro Senhor!- Segundo pensamento- Bora cozinhar alguma coisa com essa "legumaiada".-  Abro a geladeira e encontro mil tomates, duas mil abobrinhas e alguns queijos mequetrefes. "Googlei" tudo isso e a sugestão foi  lasanha de abobrinha. Na verdade, peguei uma receita de lasanha de berinjela no site Mixirica e adaptei pra abobrinha, que pra mim é quase a mesma coisa. Então, como eu continuo querendo ocupar meu domingo e minhas mãos, aí vai a receita:
Lasanha Paris (nome criativo)
 Ingredientes:
-2 Abobrinhas médias
-4 Tomates Grandões
-Queijo "a la vonte"
-Meia cebola bem bem picadinha
-Alho
-Pitadas de açucar
-Temperos que você gostar



Modo de Preparo:
Comecei abrindo um vinho e colocando boas músicas pra fazer companhia. Aí fui preparar o molho de tomate. Pegue os tomates e faça um "xis" na bundinha dele. Coloque na água fervendo por 30 segundos. Depois, coloque na água fria. Tire a casca e as sementinhas(todas, ok?). Separe.  Após isso, coloque para refogar o alho e em seguida a cebola e quando já estiverem em "ponto de bala", coloque os tomates(sem casca, sem semente e cortados em cubinhos). Adicione um pouquinho de açúcar.Deixe em fogo médio até que tudo vire um lindo molho de tomate.

A parte da abobrinha é a mais "difícil" de todas, é só dar uma fritadinha rápida e pronto. E aí já é a hora da montagem.

 Montagem:
Comece com uma camada de molho, depois uma de abobrinha, depois uma de queijo. Ai comece tudo outra vez, molho, abobrinha e queijo, até acabar tudo. Por cima eu coloquei queijo ralado, que é pra ficar crocante na hora de assar.
Bom, a lasanha não foi pro forno ainda, e nem sei se ficou boa, pretendo esperar a Mônica pra comer, até porque os legumes eram dela. Mas ela ficou com uma cara tão tão boa, que acho impossível que tenha ficado ruim. Conto mais tarde.
Bon appetit :)
Bom Domingo pra todo mundo!

03 agosto 2010

Descanso

 Hoje eu acordei toda preguiçosa e querendo, só, sossego. Queria sentar tranquila, ler, escrever, desenhar, pensar na vida, ouvir música e até dormir, caso o meu estado de preguiça atingisse o seu estágio máximo. Mas por mais que eu me esforçasse não conseguia pensar em nenhum lugar aqui em Paris que fosse calmo, silêncioso e, de preferência, ao ar livre, já que o dia estava todo ensolarado e imperdível. Mas aí, pesquisadinha rápida no "oráculo" Conexão Paris e logo vi um bosque chamado Bois de Boulogne, que me agradou por dois motivos; primeiro que era pertinho de casa, e segundo, porque tinha um lago, e eu ando gostando bastante de lagos. E eu fui, toda só e bem acompanhada para o meu dia de sos-se-go!
 Passei a tarde toda lá, fazendo tudo que eu já escrevi ali em cima. E também me ocupei da difícil tarefa de tirar fotos do lago, das plantas, dos insetos, dos patos...

Bom, eu me contentei muito em ficar deitada em baixo de uma sombra, mas o bosque é bem grande e tem várias opções de lazer(pra quem se animar). Dá pra caminhar, correr, andar de bicicleta, alugar barco a remo, cavalo ou até mesmo poney. Tem um bom restaurante também. Gostei muito do meu dia e adorei saber eu posso "fugir" pra tão perto de casa.
Informações: Bois de Boulogne

02 agosto 2010

O Muro

Davey tem um Blog no qual ele aparece dançando em vários lugares conhecidos do mundo. Vai ai o Muro de Berlin.

Berlin




Berlim eu ganhei de presente. Um presente daqueles que quando você vê o pacote faz cara de "nada", da um sorrisinho sem graça, agradece, leva para o quarto (sem entusiasmo algum) e só abre quando a festa já terminou. Pois é, mas para a minha feliz surpresa a cidade se revelou o melhor presente da minha "festa" e me encantou aos pouquinhos, de um jeito que foi difícil abandoná-la no fim da temporada.
Quinta-feira, 16 de julho, quatro da tarde, partiu o meu trêm Paris-Berlin. Sete horas depois eu estaria desembarcando na gigante estação central da capital alemã. Como de costume procuro logo placas de informação, para tentar me localizar, mas isso foi completamente em vão, já que em alemão nem "bom dia" eu sabia entender. Mas graças a simpatia de pessoas alheias e taxistas noturnos consegui chegar no meu albergue. E esse eu indico com certeza, chamava-se The Circus e é ótimo, bem localizado, bom atendimento, bom preço, limpo e tem um bar subterraneo animadenho.
  Nos próximos dias minhas horas foram ocupadas com basicamente três coisas; conhecer a cidade e seus pontos históricos interessantes e importantes, descobrir boa comida e boas cervejas, e por fim, encontrar algum lugar para se refrescar, já que o calor estava quase de matar.
Não tem jeito, Berlin "grita" história e andar pelas suas ruas é como caminhar sobre um livro real, que mistura passado e presente o tempo inteiro, que fala sobre guerras, destruição, sofrimento, mas que ao mesmo tempo quer se redesenhar, de maneira moderna, arrojada e dinâmica. Ela é agitação e traquilidade, tradição e modernidade, metal e natureza, e consegue um equilíbrio muito interessante, que é dificil de expicar e muito bom de sentir.
Mas bom, no primeiro dia fiz um "walking tour" e andando com um guia local conheci grande parte dos pontos que marcaram a história de Berlin. Fomos no bunker onde Hitler se matou (que hoje não passa de um estacionamento). E claro, vi os requícios do Muro também.
Parte do Muro de Berlin
Parte Provocativa do Muro
Muro Antigamente
Visitei também o Checkpoint Charles, antigo posto de controle de passagem entre a Berlin Socialista e  a Capitalista  durante a Guerra Fria. E ouvi histórias mirabolantes de gente que tentava burlar a barreira para o lado capitalista.
Checkpoint Charlie
Mensagem anunciando a fronteira
Fui também ao Memorial do Holocausto, uma homenagem aos judeus mortos durante a guerra, a famosa Ilha dos Museus, onde se encontra a maioria dos museus importantes da cidade. Outros pontos também são bem interessantes, como o Parlamento Alemã, a Torre de Tv, e essa última me serviu de guia muitas vezes, já que ela ficava pertinho do meu hostel e podia ser avistada de muitos pontos da cidade.

Memorial do Holocausto



Torre de Tv

Torre de Igreja bombardeada em 1943
 Bom, em Berlin da pra se perder na história durante vários dias, mas meu tempo era assim, um pouco limitado e eu queria descobrir outros cantos da cidade. Pra começar fui a um "Mercado de Pulgas" que acontece todos os domingos em Arkonaplatz e que é muito muito bom. Lá você pode encontrar de TUDO, mesmo, desde coisas semi-estragadas, quase-de-graça a coisas novas e boas, também quase-de-graça. Cds, discos, sofás,enfeites, inutilidades, roupas, sapatos, acessórios, câmeras fotográficas, móveis, pinça de unha, album de família...enfim, uma infinidade de bugigangas divertidas. Comprei um porta jóia novinho com alguns brincos dentro de um garoto por 2 E, fiquei curiosa e perguntei porque estava tão barato...depois de algum tempo de conversa ele confessou, meio sem graça, que estava vendendo as coisas da irmã. Passei quase um dia  inteiro lá me divertindo.
E então, depois de alguns dias de turista, de andar o dia todo, de conhecer lugares, fazer fotos, ouvir histórias, era hora de relaxar em Berlin. E como eu já  tinha mencionado antes, estava muito calor, muito mesmo. Ou seja, nadar seria a melhor solução, e foi isso mesmo que eu fiz. Descobrimos um lago,Teufelssee, que ficava um pouco distante da cidade, no meio de uma floresta e que prometia ser o paraíso do mundo. Não pensei muitas vezes não, juntei as amigas, montei o piquenique e fomos passar o dia lá. E devo confessar que esse foi um dos meus melhores dias da viagem toda. Um lago imenso, água deliciosa e todo mundo muito muito tranquilo. Fizemos amigos, nadamos, rimos muito, e só fomos embora, bem mais felizes, quando o sol se pôs.
 E pra terminar esse post, falta falar das comidas, bebidas e bons lugares. Antes de mais nada, come-se muito bem em Berlin, comida deliciosa e bem barata(se compararmos com Paris). Como não podia deixar de ser, fui logo experimentar um prato típico, com porco frito com uma espécie de muslie em cima, no restaurante Fabisch . Nos outros dias experimentei comidas alheias, tipo indiana e italiana , que também foram ótimas. Fui ao Bar 25, que ficava nas margens do rio, no meio das árvores, e tinha balanços, tendas, vários pequenos ambientes com velas e almofadas.Os bares e restaurantes costumam ser bons, e a bebida não é cara.

Devo admitir que não foi fácil escrever sobre Berlin, tive vontade de falar de tudo, comentar tudo que gostei tanto, tudo que aconteceu, os detalhes mínimos, mas ai ficaria "descabido" em um post. Na verdade, a cidade me conquistou completamente, e se eu pudesse dar uma dica, ela seria: VÁ!

PS: E se você resolver ir mesmo, eu sugiro que faça um tour andando, pelo menos pra ter uma noção da geografia da cidade e para se situar na história. Sugiro que coma as comidas típicas e beba cerveja. Sugiro também que leve amigos (as minhas amigas foram as melhores companhias), e se isso não for possível, arrume por lá mesmo! E vá ao lago se refrescar e me conte depois!