27 fevereiro 2010

Amélie Les Crayons


Ela é de Viena, faz teatro de rua, tem um programa de rádio às 6:00 da manha e não sabe se vai ser professora ou florista. E enquanto ela fica na dúvida, vai alegrando o meu blog! :)

26 fevereiro 2010

E nas horas vagas...

Continuando em Paris, é claro que eu não pude deixar de aproiveitar todos os meus segundos livres pra conhecer um novo cantinho da minha mais nova querida cidade. Um detalhe que eu não comentei até agora, e que na verdade é um fator muito importante pra mim, é que estava um frio desgramento, que até lembrou os tempos de Canadá. E se eu não estivesse em Paris eu jamais colocaria meus pés gelados pra fora de casa. Enfim, dane-se o frio de vez em quando!
Normalmente eu tinha as noites livres, então o esquema era sair da feira, Metro Linha 1, e alegria pura. Para minha felicidade eu encontrei a Fabi, uma nova-velha amiga, que foi a melhor companheira imaginável na cidade. Ela estava na França pra rever amigos, então, cada noite era um bar diferente, amigos diferentes, ruas e bairros novos. Nos dias livres fomos ao cinema, assisti e recomendo o filme " A Serious Men". Andamos pelo Rio Sena, caminhamos pelo Quarter Latin, bairro lotado de pequenas ruas, cafés, livrarias, cinemas, sebos e que foi indicação do Brunão :). Fizemos almoço( a Fabi fez na verdade, eu só ajudei com o vinho), e é claro, fomos a vários cafés.
Momento mais bizarro(pra não dizer outra coisa) foi no restaurante Les Ombres, em frente a Torre Eiffel. Ficamos lá um tempão, apreciando e aproveitando a paisagem. Dava pra ver tanto o Sena e seus barcos, quanto a Torre iluminada ao anoitecer. O ambiente era clean e agradável.
Mas não é que de repente um rato começa a saracotear no meio do salão. E não foi rápidinho não, ele zanzou um tempão e ainda apareceram outros depois. E aí não teve jeito,"precisavamos" avisar o garçom do causo. Pois bem, foi o que fizemos, e imagine só a simpática resposta do elegante senhor pomposo; "Ah não se preocupem, eles são nossos amigos, estão sempre por aqui!" Hahaha, francês é um sarro. Só nos restou ir embora. Bom, mas isso foi o mais próximo que eu cheguei da Torre, o frio ganhou dessa vez, e como eu já disse antes, não tenho pressa, com certeza voltarei!
Bom, e pra não terminar esse post com uma foto de um rato, vou falar de uma feira que tinha perto do convento. Tipo feira de domingo, ou de terça, no caso de Ribeirão. Faixa etária; só acima de 65. Produtos; todos aqueles que escancaram o apetite. Tinha de tudo, muitos tipos de azeitona, frutas secas, castanhas, pães, queijos diversos, carnes, frutos do mar, e outras variedades mil. E eu ainda tive que ficar um tempão la dentro passando vontade, porque começou a nevar horrores e eu tenho problemas sérios relacionados a isso.
A primeira temporada de Paris termina aqui, mas as próximas ainda estão por vir. Depois daí, eu ainda fui passar uns dias na Itália, papo pra já já.

Trabalhando em Paris

Trabalhar de interprete em uma feira de tecidos pode não parecer muito atraente a primeira vista, mas é, e muito! A feira que trabalhei chamava-se Textworld e a minha função la era traduzir as negociações do inglês para o português. A China lidera esse mercado e apresenta  produtos com os melhores "custo/benefício" (e agente sabe bem o porque). O Loa e a Ale (meus "chefes") importam tecido e estavam lá pra pesquisar tendências, bons preços e,claro, comprar. E fazer negócio com chineses nem é tão dificil, já que eles tem flexibilidade pra tudo(tamanhos, detalhes, datas, quantidade, pagamento, etc). Até pros seus próprios nomes rola flexibilidade, eles inventam uma versão em inglês pra facilitar a comunicação (Win-Shang vira Lucy, por exemplo).
Pra mim a feira foi uma diversão gigante, e enquanto eu sabia do mundo dos idiomas,o Loa e a Ale me ensinaram muito sobre o mundo dos tecidos; rendas, cores, combinações, bordados e como funciona o processo de importação. E esse mercado é incrivelmente interessante, já que você tem que estar ligado em tendências, cores, custo, o que os clientes vão querer,e além disso, tem que ter bom gosto, saber combinar os bordados, os babados, as estampas, saber olhar pro tecido e arriscar dizer: esse vai vender, esse não. Depois de um tempo eu entendi que a minha presença lá era mais pela segurança na hora da compra do que pra traduzir qualquer conversa(o Loa se virava super bem). Ah, e pra melhorar, pelo menos umas 3 vezes por dia agente sentava para um café, o que pra mim era delicioso. 
Sem dúvida nenhuma a melhor coisa da feira foi estar lá e ter conhecido as pessoas que conheci, que me deram dicas, exemplos e foram mega inspiradoras (e agora eu estou recheada de boas idéias aqui).E para fechar o meu trabalho com chave de ouro, no último dia saimos para jantar e posso dizer que esse foi um dos meus melhores momentos desde que cheguei na França. Fomos a um restaurante modernoso chamado L´Avenue . Pertinho da Champs Elysees e simplismente delicioso, charmoso e muito aconchegante. Comi muito bem, bebi mutissimo bem e a conversa foi ótima. 
  
  
  
 
Ah, e conhecer pessoas descomplicadas, faceis de lidar, alegres e sem medo de quebrar a cara, de falar errado ou se perder numa rua é extremamente bom!! A Ale e o Loa me mostraram que dá pra levar a vida a sério entre gargalhadas gostosas. E é claro que depois que a experiência passa agente fica se perguntando se valeu ou não a pena. E não resta nenhuma dúvidazinha que valeu muito muito! Eu repetiria a dose outras mil vezes (se alguém quiser me contratar hehehe).

25 fevereiro 2010

Paris

Dezembro de 2009 : Maitê, amiguissima desde a infância, me diz que os seus ex-chefes iriam precisar de alguém para acompanhá-los (uma espécie de tradutora) em uma feira de tecidos em Paris no mês de fevereiro.
13 de Janeiro : Alessandra (ex-chefe da Maitê) me manda um e-mail dizendo que a Maitê tinha me indicado para o "serviço", e se eu estivesse interessada, que mandasse uma proposta de preço.
7 de Fevereiro: Depois de três horas de trem eu chego em Paris e,sem dúvida, foi amor a primeira vista. Eu teria seis dias para ficar por lá, e aquela pressa de "ter" que conhecer tudo, visitar museus, igrejas, ruas, parques e etc simplesmente evaporou no momento em que coloquei meus pés na cidade. Eu já tinha certeza absoluta que eu voltaria muitas vezes pra lá. Enfim, depois disso, fui encontrar a Alessandra e seu marido, Loa, para irmos juntos ao lugar onde eu ficaria hospedada. Quanto ao lugar, se tratava de um convento(isso mesmo, com freiras, capela e tudo mais), que uma tia da Alessandra, a Jeni, morava. Eu não sei se isso é igual pra todo mundo, mas eu adorei a idéia de ficar lá, conhecer um pouco do cotidiano das freiras, o que elas comem, se assistem televisão, se dão risada...enfim.
O convento ficava na região de Bourg la Reine e não era escuro e frio como eu imaginava. Tirando o piso de mármore de 1600, tudo já tinha sido reformado, o que deu ao lugar um ar leve, limpo e claro. Lá também funcionava uma escola para jovens surdos, e uma especie de asilo para as freiras que não estavam mais aptas a trabalharem.
Enfim, ja de cara fomos recebidos por todas as freiras com uma mesa de almoço farta; entrada, salada,prato principal, sobremesa, queijo e café. Eu fui apresentada ao meu quarto, que por sinal era bem melhor que todos os outros que eu já estive.  
Nesse convento existem as freiras novas (que  ainda estão estudando para se tornarem freiras). E uma coisa muito interessante é que muitas são do Vietnã e vieran pra cá em busca de "liberdade". Isso mesmo, no país delas a educação familiar patriarcal e o estado autoriatário não permitem que elas estudem ou tenham contato com outras realidades, culturas e expiências, e aqui, elas podem começar  a ver o mundo com seus próprios olhos e pensar sozinhas. Muitas acabam desistindo de serem freiras, enquanto outras terminam seus estudos e voltam para o Vietnã para recrutarem novas jovens.
Foi extremamente bem recida no convento, sempre que estava lá(o que era dificil, porque Paris ficava me chamando pra rua) eu fazias as refeições com elas(sempre pontualmente). A Jeni, freira há uns 30 anos, sempre foi muito atenciosa e paciente comigo, e me ajudava com qualquer coisa que eu precisasse. Eu não tinha hora pra sair ou chegar, mas silêncio era a ordem. E sim, freiras comem comida normal, dão risada, dançam, querem conhecer o Brasil ,assistem tv, usam a internet e trabalham bastante.
Bom, nesse mesmo dia 7, ainda visitei um parque e depois caminhei pela região até o frio apertar. Quanto aos próximos dias, o frio apertou mesmo, mas ja ja eu mando notícias. :)

04 fevereiro 2010

Saudade

Tem hora que nem crêpe resolve essa dorzinha que incomoda de mansinho. Saudade aparece e desaparece sem hora, local ou situação determinada. Pode ser um cheiro, uma música, uma imagem ou uma palavra. Detalhes pequeninos que disparam as lembranças gostosas daquilo que não está ao redor. Aí da vontade de tocar com as mãos, ver de perto e sentir o calor. Fico na vontade, até aliviar.  



Muito feliz pelos comentários que leio por aqui! Merci!
Beijo

01 fevereiro 2010

Avignon.

Sexta feira, três horas da madrugada, ansiedade a milhão e o sono que não vem. Em 4 horas estarei pegando o primeiro trêm da minha vida (não considero Maria Fumaça como trêm, ok?). Destino?Avignon (aviñon)! Nem preciso falar que eu não dormi nem um segundo durante a noite, mas que em compensação fiquei brigando com o sono forte durante todo o caminho até lá. Na verdade queria ver tudo e não perder nem um segundinho da paisagem que passava em alta velocidade fora da minha janela. Triste conclusão, devo ter dormido uns 40 minutos =(. 
Enfim, uma hora e meia depois de sair de Marseille eu chego em Avignon e também  volto no tempo, direto na Idade Média! A cidade que fica às margens do rio Rhône é completamente cercada por muros, toda de pedra, com ruas estreitinhas, praças gigantes, igrejas, torres medievais e pontes com muita historia pra contar.  A atração principal, na minha opinião, é simplesmente caminhar pela ruas da cidade e imaginar, sentir o que já se passou por ali.
O Palácio do Papa é outro ponto imperdível da cidade. O local onde 7 papas viveram durante os séculos XIV e XV é muito interessante de se visitar, já que da pra conhecer a maioria dos comodos e ter uma pequena noção do poder ($$) da Igreja naquela época. Sério, devo ter andado umas duas horas entre salas, quartos, ante-salas, ante-quartos, cozinha 1, cozinha 2, sala de roupas, capela 1, capela 2, sala do tesouro, quarto x, y ,z e mesmo assim não deu para ver todos os aposentos. Vale a pena conhecer!
De resto a cidade é um charme só, toda pequenina e com clima de Europa Ela também é muito conhecida pelos festivais de arte que acontecem durante todo o verão. Música nas ruas, artistas nas praças, danças, teatro, cinema, cadeiras nas calçadas, restaurantes, crêpes a cada esquina...tudo isso dá um ar muito especial à cidade.
Ah, e os ventos que ventam aqui, também ventam por lá. É, os ventos mistrais também são bem famosos pois esfriam bastante a cidade, tornando-a extremamente gelada nessa época do ano (inverno). E mesmo eu, que sou aversa a baixas temperaturas, recomendo muito a cidade, vale a pena passar pelo menos um dia por la!

 
Encontramos um senhor muito simpático, que andava pelas ruas da cidade tocando músicas de "porta-jóia" no seu carrinho de som. A especialidade da casa é "Sur la pont d´Avignon", canção popular na cidade e que fala sobre a ponte de Avignon.
 

Informações:
Ingresso do Palais des Papes= 8,50E
Passagem de Trêm Marseille-Avignon=18,00E (ida e volta)
Almoço e crepe= 12E
Melhor época: de junho a agosto
Site da cidade
Onde fica Avignon
Sur la pont d´Avignon