25 setembro 2011

But would you have it any other way?




Lay me down.
Let the only sound.
Be the overflow.
Pockets full of stones.

24 setembro 2011

Tênis vermelho, pode?


Começo a escrever sem saber o que quero falar. Nesse ponto tudo já mudou. Se faz seis meses, um ano ou três semanas, não sei. Volto aqui como quem volta para um restaurante que traz boas lembranças. Como se eu deslumbrasse, sem rumo certo, um sentimento bom, como se eu quisesse puxar e  reviver a Maíra que um dia divagava por aqui, aquela que morava em lugar nenhum, que tinha todas as amarras desamarradas e portas escancaradas.

Não, a gente não se prende porque quer, a gente simplesmente se deixa ficar. Mil vezes eu cortei as raízes que, por descuido, tentavam se fincar, mil vezes cortei relações que queriam se esparramar, mil vezes eu me transformei em outra só para poder saltar, e saltar e nunca pensar em parar. Pensar em parar já é um sentimento que me incomoda muito, imaginar o mundo que acontece e não volta, enquanto eu estou aqui, construindo raízes, chega a me sufocar de verdade.

 A gente chega num ponto da vida, que os caminhos começam a não se cruzar mais. Fazer certas escolhas excluem muitas outras, para sempre. E eu não sei se sempre foi desse jeito, ou se isso está incomodando mais hoje,  mas perder todas as minhas outras possíveis partes chega a me desesperar insanamente.

Como assim, fazer dessa vida uma linha reta e sem graça? Como assim mergulhar em rotinas robóticas nas quais não se tem tempo para pensar, para olhar e observar ? Como assim? Em que ponto a gente se deixa levar? Em que ponto a gente se deixa estar? Em que ponto a gente se deixa gostar?  Eu não sei o ponto, mas o processo é sutil, delicado e silencioso, e as promessas são extremamente promissoras. Tem como fazer tudo isso sem fazer desse jeito?

Tem como não se moldar pelos moldes alheios? Tem como não seguir as "tendências"? Tem como não querer alisar o cabelo? Tem como usar os tênis vermelho? Tem como não querer casar, ter um casal de filhos, uma casa aconchegante e um emprego seguro? Tem como querer tudo isso e ainda sim ser toda você? Tem como não querer tudo isso e ainda sim ser feliz?

Tem como não se perder de você mesma?


03 março 2011

01 março 2011

Tamanho Único.

Faz um ano. Um pouco mais. Faz um ano desde a última vez que eu estive sentada aqui, nesse quarto quente, com essa vista de janelas que se ascendem e se apagam e que eu acompanho atenta enquanto me distraio dos meus afazeres. Há um ano e eu me sentia a pessoa mais segura do mundo dentro desse quarto. Já não me sinto. O mundo é o lugar mais seguro agora. Fora daqui, em qualquer canto que me permita ter lados expostos ao acaso, aos incidentes, acidentes, convergências, esquinas, bordas, meios... Virei uma louca varrida atrás de coencidencias, destino, encontros, desencontros, tudo que me faça deitar na cama mais calma do universo e ter a sensação de que alguma coisa está acontecendo. A pesada sensação de ausência de mim mesma se dissolveu por aí. Virou pó em alguma varanda, em alguma rua estranha, conversa boa, junto com algum amigo novo ou velho. Foi levada pelo mesmo vento que eu me deixei levar. A vida nunca chega se você não chega nela. De fato esse quarto me parece pequeno agora. Pequeno pro tamanho da minha vontade de te encontrar e me desencontrar. Já não tenho a mínima idéia de como se faz para se controlar num caso desses. Não quero remédio nenhum, talvez uma taça de vinho, um dedo de proza e já ta de bom tamanho. 
O novo-velho mundo está me trazendo várias surpresas e eu, que vivia a reclamar canto a fora que nada era bom, nem atrativo, nem merda nenhuma, agora me apaixono a cada vacilo de segundo. E é de verdade (hahaha). Me apaixono por aulas de photoshop, pela China, me apaixono por carne moída com batata que a minha mãe faz e me apaixono por você. E tem uma hora que isso tudo passa, que é pra eu poder respirar, sentar nesse cadeira, nesse quarto e escrever, e sentir e ficar quieta. E depois passa outra vez. E já tá passando. And so peaceful until....

21 fevereiro 2011

Dê Férias!

Bom. A viagem já acabou. O ano novo já começou. Aqui chove e faz calor. E eu só penso em ventilador.
Rimas baratas à parte, o meu ano só começou, de fato, agora! Mas pra quem acha que a vida de "férias" não dá trabalho, ai vai uma prova que dá sim. E muito! Nesse últimos 30 dias eu tive que:

 Mediar o difícil (e sangrento) diálogo entre  presa e  predador.
 Manter a moral e os bons costumes entre as galinhas (não foi nada fácil).
 Evitar desavenças entre primos distantes.
 Não deixar que o rebanho se dê conta do abismo que existe entre nós.
 Cuidar para que o "seu" leite continue fresco.
Enfrentar alguns dilúvios. Viva São Pedro e São Paulo.

Além disso tudo, tive também que assistir inúmeras vezes ao clipe novo do Radiohead - Lotus Flower. E como se não bastasse, fiz o tremendo esforço de comprar o novo CD também. 

Bom. Eu recomendo. Tire férias. Entre de férias. Dê férias. E depois volte. Completamente limpa!