25 março 2010

Alice aux Pays des Merveilles

Sabe quando você espera por alguma coisa durante meses? Alice foi assim!
Ontem sai do cinema com um sorriso tão escancarado, que não cabia na cara. Senti vontade de rir, rir, rir de tanta alegria. Acho que algo mudou aqui dentro! 

16 março 2010

Le Bandejon

 Três anos de USP , três anos almoçando na faculdade e três anos fugindo do bandejão! Essa foi a minha realidade até o ano passado. Por frescura ou não, durante todos os meus anos de faculdade eu passei bem longe dos bandejões da vida. Almoçava em casa, na "Química" ou na Sweden.Vez ou outra eu aparecia por lá, mas era só pra me sentir mais uspiana. Pois bem, os tempos de"vacas gordas" acabaram-se, e aqui eu sou praticamente obrigada abandejar diariamente. A explicação é simples, eu tenho algumas outras opções de almoço que vão de; 1-sanduíche de 6 euros, que vezes cinco dias por semana, vezes quatro semanas, já são 120 euros a menos para minhas viagens e alguns quilos a mais :( . 2-Almoçar em outros restaurantes, o que não sai por menos de 12 euros, ou seja, não,obrigada! 3-Voltar para casa, o que é missão impossível, não dá tempo. Então, fica a opção 4, bandejar!
Com 2,90 euros eu tenho direito a escolher uma das 4 opções de prato principal (que já vem montado), mais  salada, sopa, sobremesa e um pão. Água e sal ficam a disposição, hahaha. As opções de prato variam de muito saudáveis a nada saudáveis. E quer saber, não tenho tido problema nenhum com as minhas opções e nem com o sabor delas. Bom, o visual de comida feita pra um batalhão é um pouco melhor aqui (eu disse um pouco), no entanto, o nosso sistema de "fazer fila", algo quase primário, é muito mais eficiênte. Aqui, no horário de pico, um pelotão de estudantes desordenados tentam fisgar seus pratos, o que pode levar mais de meia hora. E depois ainda tem a fila para pagar.
 Bom, pra quem pensa em fazer um intercâmbio na Europa e fica preocupado com o custo da alimentação, essa é uma ótima saída. Come-se bem e barato! E quem sabe quando eu voltar para a USP eu não passo a ver o nosso querido Bandex com outros olhos :).

11 março 2010

Prozaquiando



Eu tenho minhas dúvidas, sério, não sei se esse sentimento acontece para todo mundo, mas para mim ele aparece com certa frequência. É que em certos dias eu acordo e todas as minhas costuras estão soltas e “emaranhadas”. Nada faz o menor sentido! Não sei de que lado do mundo estou. Não sei se o mundo tem lados, o que são lados, para que lados, lados? Enlouqueço! Me sinto como a equilibrista do circo, na corda bamba, atenta para não despencar no infinito das perguntas sem resposta. Nesses dias tudo parece seriamente sério, definitivamente definitivo e gravemente grave. Mas depois de muita agonia, de olhar para o relógio dezenas de vezes, respiro bem fundo e resolvo sair em busca do meu Prozac.
Troco de roupa,visto minhas duas calças, três blusas, meu inseparável casaco vermelho e saio para a rua. Caminhar é obrigatório, ingrediente indispensável. Para onde? Nem idéia, não pré-estabeleço planos, apenas sigo andando com os olhos bem abertos e atentos a qualquer tipo de salvação. E isso raramente falha.
Encontro, e pode ser um livro, um cd, um som, um artista de rua, uma dança, um filme, um quadro, uma palavra, cores, enfim, tudo que eu possa chamar de diferente, de novo, de descoberta, de esquisito.
É isso, quanto mais eu viajo, mais eu percebo que o move minhas idéias, o que me inspira, é a descoberta do inusitado, do diferente, do estranho, do novo, de tudo que me faz perceber TUDO de maneira diferente.
E depois das "descobertas" eu continuo sem saber o que são os "lados do mundo" ou de que lado estou, mas isso já não tem a menor importância. Continuo na corda bamba, mas cheia de segurança e alegria de estar nela. As janelas se abrem novamente e eu escapo do quarto branco direto para o mundo, ou será o contrário?

09 março 2010

Roma e Pompéia

Só pra situar, esse post é continuação do de Veneza.No exato momento já estou na minha mais nova casa, e ainda cheia de anotações, lembranças e fotos que estão loucas para escaparem nesse blog.
Pois bem, depois de Veneza viajamos a noite toda até Roma. E após umas 6 horas de trêm bem mal dormidas, desembarcamos na cidade! Nosso albergue ficava próximo à estação, mas não se engane não, a estação de trêm é GIGANTESCA e para sair dela tem que andar um "bocado infinito". Enfim, depois de muito caminhar, encontramos um albergue. Não era dos mais baratos não, mas a cama era confortável, o chuveiro quente e o dono muito simpático, e no fim, é isso que importa mesmo. E foi o tempo de tomar banho, aproveitar dois minutos de lençol, e rua!
E Roma é aquela coisa, história ao vivo, da cabeça aos pés, literalmente! Se bobear um segundo perde uma estátua importante, uma das mil praças principais, uma fonte, uma ruína ou uma bela igreja. Andar, andar e andar é o melhor jeito de conhecer a cidade(na minha opinião andarilha, levemente tendenciosa). No fim do dia só se quer ver um belo quarto escuro, sem resquícios de mármore, grandeza, gesso e etc. É, e se eu puder ousar um conselho, eu dira, fique pelo menos cinco dias, porque assim da pra conhecer bem sem atingir a exaustão do corpo todas as noites. Ficamos dois e meio, e foi um tanto quanto bem cansativo. Visitamos os mais famosos, cinco estrelas, Colosseum, Pantheon, Forum Romano, Piazza del Popolo, Trevi Fountain, Museu do Vaticano, Capela Sistina e vários outros lugares, mas chega né.
Não dá pra não lembrar...La Dolce Vita
O meu momento mais esperado era conhecer a Capela Sistina, e já sabia que eu teria que andar um bom tempo no Museu do Vaticano até chegar lá. "Um bom tempo" levou mais do que eu imaginava, umas 4 horas rodeada de outras obras de arte. Mas vale a pena, quando se pisa dentro da pequena igreja o coração não dispara, pelo contrário, se enche de tranquilidade e admiração. O pescoço dói de tanto que se olha fixamente pra cima. Só saí de lá expulsa pelos guardas. A cidade é muito interessante, cheia de história pra contar, pra quem gosta é um prato cheio, ou melhor, esparramando!
Pompéia foi o próximo destino. Por que Pompéia? Hum, por que sim! A idéia era ir a Salermo e a cidade ficava no meio do caminho, então não custava nada dar uma paradinha lá. Bem, não foi bem assim. Parar lá acabou mudando tudo, completamente.
Primeiro que entramos no trem e já "sacamos" os apetrechos necessários pra se preparar um típico almoço on-the-road. Prato do dia: o de sempre, baguete com queijo, presunto cru e rúcula. Conversa vai, conversa vem e surpresa, perdemos a estação de descer. Ótimo, toca descer na próxima cidade e voltar até Pompéia.
 A atração da cidade é a parte atingida pelo Vezuvio em 79 AC, que ainda está conservada. O interessante mesmo são os corpos, que podem ser vistos exatamente na posição em que foram atingidos, maioria se contorcendo todo e com cara de dor profunda.
 As casas também estão conservadas do mesmo jeito que eram, e quando agente vê a arquitetura dos tempos "antes de cristo" começa a re-pensar a tal "cilivização moderna" e suas evoluções, eles já utilizavam cisternas, aquecimento solar para água e tinham sistemas de irrigação natural para os quintais.
Como eu comentei antes, o plano era ir até Salermo, mas surgiu um porém, o próximo trêm para a cidade só sairia no dia seguinte e todos os albergues em Pompéia eram uma fortuna (acho que era cartel). E tinha um outro trem piscando pra gente, ia para Palermo, na Sicília. Nem preciso dizer que bateu aquela vontade gigante de sentir um pouco de calor, ver o mar e tomar soverte italiano, né? E foi isso que agente resolveu fazer, fomos para Palermo. E sobre isso eu ainda pretendo contar mais pra frente, porque foi muito bom! Muito mesmo!!! =)
Até logo!

07 março 2010

DANCE!

Trilha Sonora do Momento-Peter Bjorn and John

05 março 2010

Com açúcar com afeto

Outro dia o cachorro aqui de casa comeu um bolo de chocolate recém-saído-do-forno-inteirinho. O coitado ficou com o comportamento açucarado por dois dias.
Devido à algumas circunstâncias, hoje ingeri açúcar muito além da minha conta, e estou como o cão, com comportamento intensamente alterado. Culpa do crepe de nutela, da torta de maçã alemã e do tiramisu, que resolveram aparecer todos juntos e deliciosos na minha frente. O resultado está sendo bastante peculiar e extremamente perturbador.
E dormir, acho que não sará possível por esta noite. E aquele famoso papo furado fica como boa noite da vez,"chocolate, açúcar e qualquer derivado, nunca mais!".

04 março 2010

Em Veneza se vai assim

E no carnaval de Veneza, agente vai assim.

03 março 2010

Música de Veneza

E é esse o som nas praças da cidade, durante o carnaval.

Veneza

Dia 12 foi meu último dia de Paris. Dentro de algumas horas eu estaria entrando na Itália e começando a parte "low cost" da minha viagem (com os meus dois pés esquerdos). Tudo começou com a minha nova inimiga, Ryanair, empresa aérea que vende passagens à preço de banana(e agora eu sei porque). E o preço pode ser bom, mas a iniciante aqui, pagou bem caro! Primeiro que meu vôo era as 7 da manhã, e saia de um aeroporto que ficava a 70km de Paris, e os metrôs só começam a funcionar as 6, ou seja, tive que pegar um taxi e depois um ônibus até lá. Ok, até ai tudo azul! Chegando no aeroporto descobri que minha mala pesava mais que os 10 míseros quilos permitidos, e que eu deveria pagar pelo excesso, o que custaria mais do que a própria passagem. Brasileira que sou, tive que dar o tal "jeitinho", e despachei alguns quilos com um simpático casal desconfiado. E como se não bastasse todo o transtorno, ainda tive que aguentar aquelas aeromoças bizarras que desfilam seus uniformes mais bizarros ainda, em corredores espremidos(mas não tão espremidos quanto as poltronas) e dão risadinhas idiotas enquanto nos ensinam como reagir em caso de queda(?).  No geral, o vôo foi tranquilo, dormi na maior parte, e dentro de uma hora, outro ônibus, um metrô, mais um ônibus cheguei na casa da Ritinha, em Milão. O pé esquerdo continuou presente por um tempo. Demos uma boa rodada pela cidade glamurosa, mas foi só, dia seguinte partiriamos cedinho para o próximo destino. Destino um, conhecer o carnaval mais antigo do mundo, o de Veneza. Tudo bem que perdemos o trem por 30 segundos, mas depois pegamos outro (que parava cinquenta e oito vezes).
A cidade, que existe contra todas as probabildades e que fica no nordeste da Itália, é banhada pelo mar Adriático e é de "cair o queixo"! Nos tempos passados ela já foi potência comercial, rica e controlou muitas rotas comerciais entre a Europa e o Oriente. Seu auge se deu na Alta Idade Média(alguém lembra das aulas da Tânia?). E essa mistura entre Oriente e Europa é evidente; na arquitetura, casas tradicionais, igrejas góticas e palácios com "suspiros" no topo. As ruas são super estreitas e pra cada canal que cruza a cidade existe uma ponte. As casas são completamente estragadas por fora, mas dizem que são luxuosíssimas por dentro. Meio de transporte? Nem sonhe em carros ou ônibus, aqui tudo é "a la" vaporeto ou gondôlas. E quanto ás gôndolas, existem desde as mais populares e baratas até aquelas carésimas, pros casais mais apaixonados.
Durante o carnaval, haviam shows em todas as praças da cidade(e olha que não são poucas). Desde teatro de rua, show de mágica, cantores, circo, dança, até desfiles de animais gigantes feitos de  papel mache. Sem contar as máscaras e os elegantes trajes que circulavam por todas as esquinas. Dona bebé me explicou que as máscaras começaram a ser usadas  pelos nobres, que queriam participar das festas populares mas não podiam ser reconhecidos lá. Ou seja, com as máscaras tudo era permitido e viva a liberdade! Depois, os elegantes bailes de gala adotaram a estratégia também.


Na praça principal, São Marcos, é onde acontece o "furdunço" grande. Os maiores desfiles e multidões concentram-se la. Andamos o dia inteiro pelas ruelas, lojas, praças, shows, pontes, até chegarmos na praça. Aí a máquina fotográfica não teve nem tempo de pegar fôlego. E a base de vinho, dançamos com os Hare Krishnas, assistimos aos desfiles, apreciamos os trajes de gala e suas belas máscaras. Curtimos "a valer" :).
O porém, ainda não mencionado, é que não tinhamos onde dormir.Todos os albergues e hotéis estavam, ou lotados ou fora do meu poder aquisitivo. Ou seja, precisavamos encontrar alguma solução. E já eram 7 da noite e agente não tinha nem começado a procurar, e na verdade, nem estavamos lembrando muito disso. E foi ai que eu tive certeza que o meu "pé esquerdo azarento" tinha ficado em Milão. Conhecemos um grupo de italianos, simpatia no ato, melhores amigos em menos de 5 minutos. E não é que entramos em um bar, eu fui ao banheiro, e quando voltei já tinhamos onde dormir(crédito da Rita Maria).
E a nossa sorte não terminou ai, além da turma ser sintonia total, o apartamento era excelente, quente e bem localizado. A música era ótima, vinho a la vontê. E no agito do dia, agente nem se preocupou muito em comer, então, fome a milhão, E imaginem só, um dos novos amigos era chefe de um restaurante, "alegria maior não há"! Ele preparou uma bela macarronada italiana, de tirar o chapéu ( e claro, eu peguei a receita).
Depois de alguns dias em Veneza pegamos um trem noturno (velha tática de viajar durante a noite e economizar no albergue) rumo a Roma.
Resumindo, o carnaval daqui, que não tem muito a ver com o daí, é bem bonito e foi muito divertido. Durante o resto da viagem sempre vinham as imagens da "festa" na cabeça e dava uma vontade de sorrir. E eu sorria, e olhava pra Ritinha, que me sorria de volta, entendendo no ato a sensação. Muito bom!