01 março 2011

Tamanho Único.

Faz um ano. Um pouco mais. Faz um ano desde a última vez que eu estive sentada aqui, nesse quarto quente, com essa vista de janelas que se ascendem e se apagam e que eu acompanho atenta enquanto me distraio dos meus afazeres. Há um ano e eu me sentia a pessoa mais segura do mundo dentro desse quarto. Já não me sinto. O mundo é o lugar mais seguro agora. Fora daqui, em qualquer canto que me permita ter lados expostos ao acaso, aos incidentes, acidentes, convergências, esquinas, bordas, meios... Virei uma louca varrida atrás de coencidencias, destino, encontros, desencontros, tudo que me faça deitar na cama mais calma do universo e ter a sensação de que alguma coisa está acontecendo. A pesada sensação de ausência de mim mesma se dissolveu por aí. Virou pó em alguma varanda, em alguma rua estranha, conversa boa, junto com algum amigo novo ou velho. Foi levada pelo mesmo vento que eu me deixei levar. A vida nunca chega se você não chega nela. De fato esse quarto me parece pequeno agora. Pequeno pro tamanho da minha vontade de te encontrar e me desencontrar. Já não tenho a mínima idéia de como se faz para se controlar num caso desses. Não quero remédio nenhum, talvez uma taça de vinho, um dedo de proza e já ta de bom tamanho. 
O novo-velho mundo está me trazendo várias surpresas e eu, que vivia a reclamar canto a fora que nada era bom, nem atrativo, nem merda nenhuma, agora me apaixono a cada vacilo de segundo. E é de verdade (hahaha). Me apaixono por aulas de photoshop, pela China, me apaixono por carne moída com batata que a minha mãe faz e me apaixono por você. E tem uma hora que isso tudo passa, que é pra eu poder respirar, sentar nesse cadeira, nesse quarto e escrever, e sentir e ficar quieta. E depois passa outra vez. E já tá passando. And so peaceful until....

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom o texto!

tô esperando o texto no 'tom' do Los Hermanos!

acompanho sempre =]

Breno