11 março 2010

Prozaquiando



Eu tenho minhas dúvidas, sério, não sei se esse sentimento acontece para todo mundo, mas para mim ele aparece com certa frequência. É que em certos dias eu acordo e todas as minhas costuras estão soltas e “emaranhadas”. Nada faz o menor sentido! Não sei de que lado do mundo estou. Não sei se o mundo tem lados, o que são lados, para que lados, lados? Enlouqueço! Me sinto como a equilibrista do circo, na corda bamba, atenta para não despencar no infinito das perguntas sem resposta. Nesses dias tudo parece seriamente sério, definitivamente definitivo e gravemente grave. Mas depois de muita agonia, de olhar para o relógio dezenas de vezes, respiro bem fundo e resolvo sair em busca do meu Prozac.
Troco de roupa,visto minhas duas calças, três blusas, meu inseparável casaco vermelho e saio para a rua. Caminhar é obrigatório, ingrediente indispensável. Para onde? Nem idéia, não pré-estabeleço planos, apenas sigo andando com os olhos bem abertos e atentos a qualquer tipo de salvação. E isso raramente falha.
Encontro, e pode ser um livro, um cd, um som, um artista de rua, uma dança, um filme, um quadro, uma palavra, cores, enfim, tudo que eu possa chamar de diferente, de novo, de descoberta, de esquisito.
É isso, quanto mais eu viajo, mais eu percebo que o move minhas idéias, o que me inspira, é a descoberta do inusitado, do diferente, do estranho, do novo, de tudo que me faz perceber TUDO de maneira diferente.
E depois das "descobertas" eu continuo sem saber o que são os "lados do mundo" ou de que lado estou, mas isso já não tem a menor importância. Continuo na corda bamba, mas cheia de segurança e alegria de estar nela. As janelas se abrem novamente e eu escapo do quarto branco direto para o mundo, ou será o contrário?

5 comentários:

Laurinha disse...

Me sinto exatamente assim quase sempre, o problema é que em Itapira eu prefiro ficar no quarto branco, e mesmo que eu saia, ainda fica tudo branco! =(
Benhê, escreve um livro de memórias quando voltar! Você daria uma ótema escritora!

Bruno disse...

=)

Unknown disse...

Oi filósofa de plantão.... saudades de vc!!
bjão

Blog da Saricota disse...

Má,é primeira vez que leio um post seu e esse acabou sendo o primeiro... e que surpresa boa!! que delicia foi ler seu texto: simples, muito lindo e infinitamente verdadeiro!
te espero em Toulouse semana que vem...beijos!

Maíra Breda Audi disse...

Toulouse amanha Sara! :) Que bom que gostou!